sábado, 9 de maio de 2009

Quantos Seremos?

Não sei quantos seremos

mas que importa?!

Um só que fosse

e já valia a pena

Aqui no mundo

alguém que se condena

A não ser conivente

Na farsa do presente



Não podemos mudar a hora da chegada

Nem talvez a mais certa

A da partida.

Mas podemos fazer a descoberta

Do que presta

E não presta

Nesta vida.


E o que não presta é isto

esta mentira

Quotidiana.


Esta comédia desumana

E triste

Que cobre de soturna maldição

A própria indignação

Que lhe resiste.


Miguel Torga, Câmara Ardente
(retirado do Blogue Amor + Energia = Equilíbrio

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